Velas EN D by Frank Brown

Dec 02, 2011 3 Comments by

Olá pessoal… Após os acidentes durante o mundial , tanto o PWC quanto a FAI não aceitam mais velas competition nos seus eventos… Teremos todos de voar com velas homologadas nas competições… E agora estamos numa nova era das velas homologadas EN D , sugiro muita cautela dos pilotos que querem adquirir uma que não se
precipitem , pois os problemas de segurança que estão aparecendo são muito sérios … O problema principal é que esta havendo uma corrida por performance dentro
destas velas homologadas e infelizmente no meu ponto de vista a norma não estava preparada para estes tipos de velas e as maneiras achadas para se homologar elas , uma das coisas que está sendo discutido,é o uso de algumas linhas a mais para poder simular os colapsos que não poderiam ser feitos com o projeto de linhas original …
O que esta acontecendo é que as velas que voávamos anteriormente , com algumas modificações estas passando como En D … E infelizmente as reações destas velas são de certa maneira imprevisíveis, podendo ser dóceis até que em alguma turbulência mudam de reação radicalmente … Dêem uma olhada na carta do SHV aos fabricantes, associações e certificadores… E mais abaixo um mail meu sobre segurança e pilotagem nas velas de competição… Traduzindo a carta .. Google… Com uma ajudinha minha … desculpem os erros…

O SHV está profundamente preocupado com a evolução dos testes nas velas de alta performance En D sendo realizado no limite da norma. Alguns construtores se preocupam mais em fazer os parapentes passarem no limite dos testes em vez de se preocupar com o comportamento real de segurança da vela . Principalmente com o uso de linhas extras para realizar manobras ( folding lines ) que não seriam possíveis com a atual distribuição das linhas. Estas linhas a mais são certamente uma grande ajuda para os fabricantes , mas estão entre as ferramentas mais importantes dessa evolução negativa. Sabemos que este problema não é realmente novo, mas tem aumentado dramaticamente desde CIVL e PWC terem decidido para Serialclass. Agora as primeiras velas PT / LTF D estão sendo homologadas no limite e para alguns pilotos de competição podem até serem boas , o grande problema é que que estas velas Com o rótulo PT / LTF D, elas vão parecer atraente para um grupo maior de pilotos porém a realidade delas é outra. Temos medo de pensar sobre o começo da próxima temporada térmica na Primavera …

O incidente da última sexta-feira finalmente foi o último choque para nós: Alain Zoller da Air turquesa teve um acidente grave enquanto testava uma vela de alta performance da nova geração,EN D … e ficou seriamente ferido. Depois de ter feito 4-5 assimétricas ,o a vela mostrou uma reação muito diferente durante o collapso seguinte. Alain teve um twist seguido de uma violenta auto rotação e cascata , devido a isto Alain não conseguiu acionar seu reserva principal, e o segundo reserva
abriu tarde demais, quando Alain estava batendo a superfície da água.  Todos sabem que estas velas de alto desempenho, por vezes, podem suportar assimetricas grandes surpreendentemente bem, e no momento seguinte vão reagir completamente diferente de maneira perigosa. No pior dos casos isso poderá não acontecer durante os voos de teste, mas sim com um piloto “normal” no dia a dia . A norma em si não protege o piloto de tal caso. Mas um acordo entre as casas de teste e PMA poderia ajudar muito para limitar a norma (Contando o pior dos casos na vela por exemplo ? ) Não permitindo linhas a mais pata homologacao , partes rígidas, velocidade, etc.) Não queremos culpar um tipo específico de construção SVH – Federação Suiça de Voo Livre

E o meu mail ….

Olá Pessoal!

Com a proximidade do Campeonato Brasileiro em Tangará gostaria de chamar a atenção para a nossa segurança neste evento.
Durante o campeonato mundial na Espanha tivemos duas mortes, acho que quase todos sabem disto. Uma delas acompanhei o piloto bem próximo até ele bater
na montanha. Muito foi discutido após e durante a competição , e a principal decisão tomada pela FAI naquele evento, foi a interrupção do mundial ,assim como
todos eventos FAI 1 ( Mundial , Pan Americanos , Europeus, Asiáticos) ou seja qualquer evento continental deveria ser somente com velas serial (Max EN D) . O que foi seguido , por votação dos pilotos do PWC algum tempo depois, então na superfinal do México em Janeiro , assim como o PWC no Brasil ano que vem só serão permitidas velas com no máximo homologação EN D. Esta decisão não impede que nos campeonatos nacionais se voe com velas competition , o que é o caso do Brasil.
Existe fundamento para esta decisão da FAI, e o principal motivo é a diferença na pilotagem destas novas velas. Durante a reunião de segurança na Espanha , falei que o grande motivo de acidentes no mundial, e continuo acreditando nisto assim como muitos pilotos, é a atitude do piloto em vôo. Sobre isto recomendo muito o piloto não exagerar no acelerador , apesar da sensação de estabilidade, se ganha muito mais mantendo uma média alta e tomando decisões rápidas… Se estiver baixo , adote uma pilotagem de segurança cuidando sempre do pouso, tenha sempre a altura que está na cabeça e ficando pronto para lançar o reserva em caso de pane…Pegue leve em vôo, não force demais seus limites e do equipamento , não é isto que vai fazer você ter um bom resultado. Tenha seu reserva assim com TODOS seus equipamentos checados ( radio,capacete, fivelas etc..)… Acima de tudo lembrem-se, que apesar desta ser uma competição nacional , muitas outras virão , que o mais importante é se divertirem e voltar para casa sem nenhum machucado, com boas fotos dos amigos e momentos especiais na memória, e com muitas gargalhadas das conversas no bar depois do vôo!! Tenho toda a experiência para dizer que nenhum resultado vale a pena o risco, e confesso a vocês que nenhuma colocação é importante …depois até você
mesmo não lembrará…. Além da atitude do piloto em vôo , acho que algo muito importante não pode ser deixado de lado. Estamos com uma nova geração e velas no mercado que são diferentes de pilotar, e que muitos de nós ainda não se deu conta… O problema é que com estas novas velas, a percepção do momento do colapso
ficou pouco nítida devido à estabilidade delas. Porém o colapso vai acontecer, e quando acontece o piloto não está preparado, perdemos alguns décimos de segundo preciosos onde sentíamos a proximidade da desinflada e dávamos um forte comando para minimiza las. Acontece então que o colapso vem mais energético.
Infelizmente o problema não acaba aí, se fosse só isto seria tranqüilo, o problema é que algumas velas tem apresentado dificuldade em voltar a voar ou outras param simplesmente de voar … , e nestes longos segundos , devido a alguns fotores construtivos de cada vela, a chance de gravata é muito grande… Complicando mais ainda a nossa vida. Sem entrar demais em detalhes de pilotagem , o principal a fazer e tentar deixar a vela com as pontas na posição normal delas , nem a frente nem atrás do centro da vela , aí basta esperar voltar a voar, se tudo der certo sem gravata alguma …. Em Tangará teremos um briefing de segurança obrigatório onde cada fábrica
terá tempo para falar das peculiaridades da pilotagem de cada uma vela. Sobre as provas , a comissão junto com a organização tem como a fazer provas onde não precisamos acelerar muito baixo , assim como com o resgate mais fácil , sobre estradas , tentando minimizar o risco .

Bons pousos

Frank Brown
Sol team pilot
www.solsports.com.br
Hipoxia Adventure sports
www.hipoxia.com.br
+55(27)81116676

Parapente

Sobre o Autor

Instrutor de Asa Delta | Parapente pela Confederação Brasileira de Voo Livre "CBVL" e Paramotor | Paratrike pela Confederação Brasileira de Paramotor "CBPM" | APPI PPG.
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