Relato do voo de 424km no litoral do Rio Grande do Sul – RS – Brasil
Boa noite China.
É com imensa satisfação que conto meu relato do vôo inesquecível que fiz.
Feito com a cara e a coragem, sem apoio, sem resgate,. Somente eu e Deus.
As 08:00h da manhã, preparo e checo meu equipamento para a decolagem no Morro do Farol em Torres.
Às 9:40h decolo, e o meu amigo Pita, parte com o meu carro, Gol 1000, para me acompanhar conforme o combinado até Tramandaí, distância de mais ou menos 90 Km no visual e por rádio.
Voando em uma média boa de 80 Km por hora e condições boas para o vôo ,decidi então fazê-lo.
Chegando à Tramandaí reportei-me ao Pita que fosse então diretamente para a Praia do Cassino, à 10 Km ao sul no navio encalhado, onde deveria me resgatar.
Eu enfrentaria, a partir dali, um vôo solitário de mais ou menos 350 Km.
Estava voando até ali a mais ou menos 200 metros de altura quando o vôo começou a ficar turbulento e aumentando a velocidade. Procurei então ajustar minha altura a uma condição menos turbulenta, qual seja, 650 metros de altura.
Na Praia de Solidão, após o Km 200, começou a aumenta a intensidade do vento e comecei a voar a 100 Km/h. observando o mar, via os carneirinhos aumentando, começou então a ficar muito turbulento, olho para o GPS e marcava 110 Km/h, iniciando-se aí um grande ciclo de formação de nuvem, ea turbulência aumentando.
Full no motor diretamente para cima, só parando de subir quando chegava aos 1500 m de altura, quando pude então dar uma relaxada, pois a a condição ficou boa. Voei até o Km 370 acima de 100 km/h.
De longe avistei a cidade de Rio Grande. A minha velocidade começou a baixar, até 65 Km/h.
Fiquei mais tranqüilo, pois o meu vôo estava chegando ao fim com um ótimo rendimento e a condição do pouso iria ficar boa.
Quando avistei a cidade de Cassino, comecei a baixar, passando as nuvens.foi quando começou a soprar forte novamente. Estava a 400m de altura e passei a voar a 110 km/h.
O pouso seria “casca”.
As 14:45h avistei o Navio encalhado, (local combinado com o Pita que eu iria pousar. Fiz o bordo final e passei a voar a 30 km/h, “para trás”, BAH.
Continuei um pouco mais e não teve jeito, fui para o pouso.
A 100 m de altura, cortei o motor, fixei o acelerador na Salete e antes do toque com as mãos firmemente agarradas nos tirantes “C”, puxei fortemente antes de tocar o solo, ao mesmo tempo em que me virei para a vela, que começou a me arrastar forte, com o pouco de ar que restava no seu interior. Isso foi por aproximadamente 100m, até que consegui dar mais uma volta na mão. A vela deu uma aliviada, consegui me levantar e correr para cima dela, desconectando imediatamente os tirantes dos mosquetões. E tudo parou.
Me soltei do paramotor, e fui checá-lo, e estava tudo intacto, para meu alívio final.
Voei no parapente Thrust HP da APCO, e no mini plane TOP 80, ancoragem baixa, equipado com dois tanques auxiliares, com capacidade total de 30 litro de combustível, consumiu i 22 litros de AVGas misturada com óleo Castrol TTS.
Claudio Lippert