Recorde Baiano de Parapente por Claudinha Otilia

Oct 31, 2010 2 Comments by

Festival de Voo Livre, evento do Clube Bahiano… Chegamos na rampa pouco depois das 9  hs, decidimos que valeria o melhor voo do dia de cada piloto, então no caso de uma merrecada cedo, ainda tería tempo pra tentar um segundo voo. Decidi decolar logo, às 10 h e 15 min estava no ar e fiquei,  junto com mais 4 parapentes,  na ralação da rampa, sobe desce sobe desce,  confesso que comerei a ficar cansada daquilo quando consegui engatar numa termal na esquerda, um parapente  veio comigo e os outros ficaram na ralação. Consegui chegar na base mas depois disso não rolou nada e fui afundando até que pouco depois de Itatim, já estava pensando no pouso, vi o outro parapente dar uma enroscada forte numa termina em cima da Br 116… Eu tinha altura pra chegar nele e acertar na primeira enroscada ou fazer a curva e pousar… No caminho o piloto já tinha dado mais umas 3 enroscadas fortes e fui confiante… Quando cheguei nela foi só alegria… De novo ate a base… Só não entendi porque meu salvador, Sergio Serrati, fez uma curva de 90 graus e pousou ali mesmo… Eu já tinha salvado meu voo, sair do chão e chegar na base da nuvem é uma sensação  inexplicável… Sozinha, fui deixando o vento me levar… O vento era leste, mas variou entre ENE e ESE durante o resto do voo… Fui pelo meio do vale… Estava bombando forte, térmicas difíceis de enroscar redondo, turbulentas na chegada da nuvem, tomei varias fechadinhas e uma forte que engravatou, mas nada serio, segurar o giro, procurar a linha frouxa, puxar, pronto, soltou… Cheguei em Itaberaba pouco depois de 1 hora e achei que o voo estava rendendo bem apesar de não ter um muito vento  empurrando, daria pra chegar pelo menos no trevo de Andaraí, ate la eu ja conhecia e estava tranquila… E o voo foi rolando. Tudo certo, resgate na frente parado no trevo… Que beleza… 170 kms de novo, ja estava feliz… Como que por telepatia, Serjão percebeu minha intenção de pousar no trevo e falou no rádio… “Tá muito alta pra pousar aqui, vai mais um pouquinho minha linda” ai eu respondo: não tem pouso meu amor… “tem sim… vai pela direita… o Tuzin  ja pousou  no 179 km, lembra?” a visibilidade era péssima eu não conseguia ver quase nada… Opa, bati numa térmica, segura ai então e vamos subir mais um pouquinho, tentar ver alguma coisa… Era verdade, pela direita tem varios pousos… Depois disso tem o aeroporto nos 190… Tudo bem vou mais um pouquinho, assim ja bato meu recorde, hehehe… Consegui ver o aeroporto de Tanquinho de Lençóis e já chegava nele mas antes disso peguei uma termal que me levou ao ponto mais alto do voo , 2.600 m. E agora… Pousar no aeroporto com essa altura nem pensar… Bateu um “medinho” pq a visibilidade era realmente péssima, eu sabia que não tinha mais nenhum arado pra pousar na subida da chapada,  já passei de carro prestando atenção e só tem vegetação baixa entre o rio e a Br 242 por pelo menos uns 20 kms… Mas com essa altura só me resta botar de cauda e tentar pegar a próxima termal para cruzar a chapada ou pousar aonde der… Deu  207 kms… Recorde pessoal e baiano de Parapente… Decolar pra fazer um voozinho e terminar depois de 6 horas com um recorde sonhado e batalhado a quase 3 anos,  é uma sensação que só quem gosta de voar cross  consegue entender… Obrigada Serjão, amor, técnico, parceiro, peça fundamental na realização desse recorde… Voar com você no resgate é um privilégio…   

Venha bater seu próprio recorde !!!

Equipe Pousada da Tapera

Parapente

Sobre o Autor

Instrutor de Asa Delta | Parapente pela Confederação Brasileira de Voo Livre "CBVL" e Paramotor | Paratrike pela Confederação Brasileira de Paramotor "CBPM" | APPI PPG.
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