Comparativo da Woody Valley XR5 por Leandro Najfeld
Pessoal… Um pouco de voo, não faz mal… Antes de comentar sobre a Woody Valley, quero protestar contra as fabricas de parapente, que se esmeram tanto nos projetos, materiais, etc, no entanto, estão esquecendo de acompanhar a evolução do mercado e pilotos, onde é crescente a presença das seletes carenadas.O conjunto todo, dificilmente, cabe dentro das mochilas, salvo exceções como GIN (pra mim, a melhor mochila do mercado), UP e alguma outra que possa estar me esquecendo.
Ontem, voei 2:05 horas, no conjunto Ozone Delta XL + Woody Valley XR5. Cabe ressaltar, que hoje estou com dor nos braços, na altura dos ombros, devido ao excesso de pilotagem, e falta de costume, pois estava afastado do voo, fazia 7 meses. (Enferruja, né)… Isto, para mim, especialmente, que sou grande – 1.93mt, é um sucesso, e garante que o equipamento é realmente excelente, pois em geral, é comum que os pilotos tenham dor na lombar e no ciatico… Aprendi muito sobre a regulagem de selettes, porque:
1. Sou curioso e interessado no assunto, e entendi desde o primeiro dia em que voei, que tao importante quanto a vela, é a selette. Ela é a ancoragem, a geometria, dentre outras coisas…. Por isto, tanto se fala em abertura ventral.
2. Porque minha XR4, hoje de propriedade do Sr. Jorge Negão Darcie, tinha problemas nos mordedores, e desregulava com frequencia. Logo, precisei aprender na marra, como se faz. A dor ensina a gemer
Diferenças:
Construção: A XR4 é um projeto primoroso, no entanto, com muitas regulagens e fechos, para suprir “defeitos” de projeto. Inclusive, a primeira vez que se “veste” a XR4, é um pouco confuso, até memorizar todo o processo. Nada demais, no entanto, quero dizer que não é simples. A XR 5, é um projeto totalmente limpo. Coloca-se nos ombros, fecha o ventral (Fecho cobra neste caso), e o resto esta armado.
Foi simplificado também, o fecho da carenagem. Uns dizem que se abre em voo. Não tive esta experiência ainda. Foi melhorado a posição do porta instrumentos e simplicidade de engates, etc. .. (Tive uma dica do Kabid, VALIOSA, de como fechar meu porta instrumentos, que tende a virar na decolagem – NORMAL EM TODAS SELETTES – Valeu Kabid)
Ancoragem: A XR4 é mais neutra no CG, e a XR 5, tem um CG levemente retardado, ficando os tirantes um pouco mais a frente, bem como a vela, em voo. Isto é perfeito, porque facilita em muito, curvas sem comandos, devido ao deslocamento do CG
A XR4 possui 2 “arreios” apreciados pelos pilotos – O da cintura, que envolve o piloto na selette e o peitoral. Eu, era um amante destes 2 equipamentos. No entanto, hoje, entendo que o da cintura, me prendia em muito, e não me deixava movimentar, mudando de posição dentro da selette, a fim de alongar um pouco. Sinto falta do peitoral, pois gosto de voar com os ombros “tomara que caia”
Carenagem:
A XR4, tem um acabamento primoroso na carenagem, com um tecido em cordura no assoalho, facilitando a limpeza, e evitando danos, principalmente se voar de salto alto… A XR5, tem como vantagem, no meu ponto de vista, a facilidade de entrar nela, bem como, o espaço interno… Ontem, por exemplo, varias vezes, dobrei os joelhos, cruzei as pernas, etc, sem sequer, bater no topo da carenagem. Todos estes detalhes fazem diferença quando se voa acima de 1 hora. Onde o corpo pede de nós, já que o voo, se faz muito exercicio isometrico (ficar parado com o musculo tensionado, sem se mexer)
Regulagens:
Achei mais logico e simples as regulagens e os sistemas adotados pela XR5. Apenas o extensor da carenagem, no da XR4, vinha com graduação numerica marcada. No da XR5, trata-se de uma regua sem escalas.
Materiais & acabamento:
A XR4 utiliza materiais de aparente maior durabilidade, e cuidou de alguns detalhes como o do assoalho, etc… A XR5 é infinitamente mais logica e leve. Sem contar que nunca fiquei com uma selette por mais de 3 anos. Logo, nao tenho certeza, pela evoluçao natural, se prefiro um equipamento tao sofisticado em termos de material, em detrimento do peso.
Visual:
Não sou expert em marketing, e acredito que todo um estudo foi feito sobre a troca de identidade na marca… Honestamente, prefiro o visual antigo, ao invés do WV… As cores, até gostei do azul, mesmo porque combina com minha vela, e com meus olhos…. Hahahahaha… Sei que nao é barato, e a escolha do equipamento é muito pessoal… Hoje muitas marcas oferecem bons produtos.
Sou um pouco conservador, e gosto da Woody Valley, da GIN (que era produzida e ainda projetada pela Woody Valley) e da Sup’Air… Acho que são equipamentos com muito valor agregado.
Quem estiver por trocar de equipamento, peça ao dealer para fazer um teste e depois decida.
As diferenças sao enormes… E muitas vezes, há de se pensar que R$ 500 – 1000 a mais, pode não ser nenhuma diferença, se dividido pelo tempo de uso, prazer, conforto e segurança em voo.
Abração
Leandro Najfeld